Não lhe perguntei o nome, nem sequer me deve ter visto.
Eu espairecia do almoço pelas margens perdidas do Sorraia, ele lutava com as forças que tinha para transpor o obstáculo, uma árvore tombada quem sabe se pelas últimas tempestades, que tantas coisas fizeram cair este inverno.
No silêncio da leziria, um homem luta contra a natureza impiedosa indiferente ao esforço e outro observa. Nos minutos que ali estive passou-me pela cabeça Ferreira de Castro e a Selva, não sei porquê lembrei-me do Alberto e da sua passagem pela Amazónia, da triste vida dos seringueiros, os escravos do seculo XX e das coisas simples que os faziam felizes no meio da miséria em que viviam.
Este homem o Homem do Leme, no meio da leziria e dos seus campos de cultivo indústrial, tira do rio o magro sustento e dentro do barquito levava um balde de caranguejo e meia dúzia de achigãs, se é que eram meia dúzia.
Depois de muito esforço e de se ter desiquilibrado duas vezes lá conseguio a pulso passar a árvore tombada para depois com já com a força do motor se afastar serenamente tal como acontecia ao domingo depois do Baile lá na amazónia, feliz e contente... acho eu.
No deserto, segundo alguns e Eu lá fui, foi BRUTAL...
30 anos depois a garra continua
Nem quero imaginar o Restelo no dia 26...
Porque raio deixei a Nikon em casa?
Brutal
Xutos em grande e sem espinhas:
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um "passou bem"
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar, despedir
Ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar, enganar
O povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Dê-me um pouco de atenção
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