É impressão minha ou esta miúda gosta de levar porrada?
Ela que toda compostinha já se farta de gemer quando canta, nem quero imaginar como será com a boca toda partida.
Não entendo estas mulheres que sofrem violência física ou psicológica dos maridos ou namoradas, que vão para os jornais e revistas serem fotografadas na mais pura miséria humana, que têm posses para os mandarem à fava e depois o que fazem? Nada. Perdoam-nos e voltam para eles, porquê? Só pode ser porque gostaram da experiência. Deve ser isso. Não vejo outra explicação.
Entendo, a medo mas entendo, as que não fogem, porque de uma maneira ou de outra estão dependentes desses trastes armados em homens.
É por essas que sofrem em silêncio, que estas me dão raiva e me metem nojo.
João Aguardela, guardo dele a memória de um festival de musica em Sintra, no largo do palácio da vila. (entrada Grátis)
Não me lembro do ano, muito menos do dia, sei que fomos muitos lá da rua e seria talvez inicio de verão. Fomos de comboio, uma cambada de putos à procura de diversão por pouco dinheiro
Fomos porque a atracção principal eram os Rádio Macau, fomos porque naquele mês estavam na crista da onda, fomos numa altura em que o que era muito bom naquele dia, amanhã era velho e piroso, a música dos anos 80 passou por nós a correr.
Lembro-me de entrarem uns tipos e começarem a tocar não me lembro do quê, a memória está turva, mas lembro-me muito bem do vocalista, entrou todo compostinho, de vaso de barro vermelho na mão com uma flor dentro, cantou, saltou, dançou e deixou a multidão eu êxtase. Acabou em tronco nu, terra por todo o lado e a flor sabe-se lá onde. O vaso esse estava enfiado na cabeça.
Era ele, era o Aguardela, tinha agora 39, ia fazer 40 anos em Fevereiro. Conheço mal o seu trabalho, sei que esteve em Sintra naquela noite, sei que era a voz dos Sitiados, apenas sei que:
“Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim”
Puta de vida
Nunca assisti a um concerto deles numa Grande sala tipo Campo Pequeno, Coliseu ou Atlântico.
Mas assisti a dois GRANDES concertos noutros sítios no pais real, em arraial, ao ar livre no verão… poderiam ter noutro lado qualquer fechado, mas foram ao ar livre e no verão.
No Luso, sim mesmo nos jardins das termas, corria o ano de 1987, no auge do Circo de feras, o palco eram duas carroçarias de tractor com uma cobertura de oleado. Eu e a cambada fizemos 40 Km nas Zundapps, Macais Minarellis e SachsV5, para lá chegar. Lembro-me do Tim magríssimo, do Zé Pedro também, tenho uma vaga ideia do Kalú a fazer “Coiro” lá atrás e não me lembro dos outros, que me desculpem o Cabeleira e o Gui.
Praia de Mira, 1998 outra grande noite. Lembro-me de estar à frente da cabine de som e a certa altura olhar para trás, lá em cima estavam eles, tinham acabado de chegar ao local, estavam alinhados com as respectivas (acho eu, já não os estou a ver com groupys histéricas, mas se calhar estou enganado), agitavam os corpitos, agora muito mais cheiinhos, com o sonoro dos Ornatos Violeta que aqueciam a malta antes deles.
À minha volta, gente da minha idade com filhos pequenos, putos imberbes, pares de namorados e malta já entradota, todos sabiam de cor as musicas todas… todos vibraram.
Ontem fizeram 30 anos de carreira, têm uma legião de fãs impressionante, um legado musical digno das maiores bandas mundiais, Este ano vai ser, seja onde for, em que Grande Sala for, vou ter de assistir a um desses Grandes concertos que de certeza irão ficar na memória.
Parabéns XUTOS
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