Reina uma estranha calma cá no burgo.
È calma e é estranha, não sei se por causa do sol que voltou em força e já toda a gente andava farta de chuva ou, se porque essa mesma gente já não quer saber da crise, dos políticos, das politicas, da justiça e das injustiças, das desgraças, dos casos e de todas essas merdas que têm ocupado o dia-a-dia dos telejornais nacionais.
Uma semana de sol e é ver as marisqueiras à beira-mar completamente à pinha, uns graus acima do gelo e é ver esta malta a sair á rua, como se estivesse na Islândia há seis meses sem ver o dia. Ao contrário de nós, os islandeses, esses sim têm razões para estarem preocupados o país deles vai de mal a pior, estão na bancarrota sem esperança, sem futuro. Apenas lhes resta tentar entrar para a União Europeia e esperar que países com boa saúde financeira, como o nosso, os possam ajudar a sair da crise e a voltarem a ter de novo o nível de vida a que estavam habituados, pobres coitados.
Hoje de manhã, sem trânsito, viagens de horas fizeram-se em minutos, num semáforo o gajo do carro do lado cantarolava a mesma música que passava no meu rádio, na passadeira dois peões agradeceram tê-los deixado passar, eu agradeci eles não se terem atirado para a frente do carro e, agradeci o facto de eles terem agradecido.
É carnaval, há tolerância de ponto, pelo menos durante mais uns dias esquece-se a rotina, durante mais uns dias respira-se essa paz podre que se sente no ar.
Durante mais uns dias brinca-se e faz-se de conta que está tudo bem.
Se calhar está, nós é que temos o péssimo hábito de ser pessimistas.
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