Quinta-feira, 12 de Agosto de 2010

Que merda de povo somos nós?

O ar sufoca, queremos respirar e não conseguimos abrir o peito e deixar entrar o ar, há um peso, uma pressão que nos envolve, que nos asfixia, que nos suga as forças para resistir.

Serei só eu ou não é deste calor que por cá anda?

Serei só eu ou este pais está a sufocar cada vez mais as pessoas?

Serei só eu ou isto está a precisar de levar um abanão, e não, não me refiro a um sismo, um abanão desses mesmo que de vez em quando os povos se lembram de fazer quando os seus países os sufocam.

Um abanão feito por um povo que tem a mania que é sereno, quando o que é na realidade é MANSO, sim somos mansos. Parecemos aqueles animais que são espicaçados, mal tratados, abusados e não reagem aceitando o destino. Vamos a caminho do matadouro e deixamo-nos ir, bastava apenas que fizéssemos todos força para o mesmo lado e dávamos cabo das grilhetas que nos prendem… mas conformamo-nos… é a sina, é o fado.

Que merda de povo somos nós, que não reagimos?

Que merda de povo somos nós, que deixamos arder o que é nosso, que sabemos quem queima e porque queima e mesmo assim deixamo-los em liberdade, impunes.

Que merda de povo somos nós, que sabemos quem nos rouba, que os apanhamos em flagrante e os deixamos ir em liberdade, impunes.

Que merda de povo somos nós que ao invés de enaltecer o Polícia, o enxovalha porque abusou da força quando prendia o gatuno que nos roubava.

Que merda de povo somos nós, que temos manchetes de jornais onde a pseudo greve de fome de um gatuno qualquer, que está preso porque nos roubou e acha que tem o direito a ter uma Playstation de última geração, é o tema de capa.

Que merda de povo somos nós que trabalhamos e pagamos impostos com sacrifico, para depois uma merda de um estado alimentar uma cambada de chulos a viverem à conta dos rendimentos mínimos e de inserção, sem fazerem absolutamente nada, a não ser ainda por cima gozarem connosco porque acham que inserção é um atentado à sua liberdade.

 

Somos um povo manso, deixamo-nos abusar, roubar, maltratar, violar e enganar mas estamos serenos, somos pacíficos, estamos em ebulição e não resistimos, tudo se há-de resolver… é a Sina, á o fado, o filha da puta do Fado.


publicado por Zé Picheleiro às 11:53
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