Não lhe perguntei o nome, nem sequer me deve ter visto.
Eu espairecia do almoço pelas margens perdidas do Sorraia, ele lutava com as forças que tinha para transpor o obstáculo, uma árvore tombada quem sabe se pelas últimas tempestades, que tantas coisas fizeram cair este inverno.
No silêncio da leziria, um homem luta contra a natureza impiedosa indiferente ao esforço e outro observa. Nos minutos que ali estive passou-me pela cabeça Ferreira de Castro e a Selva, não sei porquê lembrei-me do Alberto e da sua passagem pela Amazónia, da triste vida dos seringueiros, os escravos do seculo XX e das coisas simples que os faziam felizes no meio da miséria em que viviam.
Este homem o Homem do Leme, no meio da leziria e dos seus campos de cultivo indústrial, tira do rio o magro sustento e dentro do barquito levava um balde de caranguejo e meia dúzia de achigãs, se é que eram meia dúzia.
Depois de muito esforço e de se ter desiquilibrado duas vezes lá conseguio a pulso passar a árvore tombada para depois com já com a força do motor se afastar serenamente tal como acontecia ao domingo depois do Baile lá na amazónia, feliz e contente... acho eu.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Praia da Tocha - Os palhe...
. Que merda de povo somos n...
. O avião
. Gente que sabe dizer coisas
. Gente que sabe fazer coisas
. Gente com coisas giras no blog
. Nocturno